A Aromaterapia é uma ciência muito antiga e que se vale do aroma de partículas vegetais para restabelecer o equilíbrio psicológico e orgânico.
Desde tempos imemoráveis existe o uso de perfumes e seus derivados que ajudam o ser humano a manter um pronto restabelecimento de sua saúde e de seu equilíbrio.
As culturas mais antigas valorizavam os benefícios terapêuticos dos óleos essenciais de plantas aromáticas, sendo possível identificar o uso em registros históricos.
A antiga literatura védica da Índia e os textos históricos da medicina chinesa, documentam a importância dos óleos aromáticos para a saúde e para a espiritualidade.
Antigos documentos históricos apontam claramente o uso de óleos essenciais apontando, inclusive; para antigas formas de destilação empregadas há 5000 anos.
A palavra perfume significa “POR FUMO”; ou seja, PELA FUMAÇA; (Latim: per fummum) provavelmente devido à queima de alguma matéria odorífera que resultava como fumaça, sendo o carreador do aroma. Os registros históricos apontam que os primeiros usos de aromas se deu por volta de 500.000 anos com a queima destas substâncias, indicando portanto a a origem do nome.
Nesta e em postagens futuras, seguiremos com um resgate histórico sobre o surgimento da aromaterapia e suas referências em diversas civilizações.
Bíblia: Antigo Testamento
Existem muitos relatos sobre os perfumes nos livros mais antigos, inclusive na Bíblia, de onde extraimos o seguinte trecho:
“Disse mais o Senhor a Moisés: Toma especiarias aromáticas: resina, e âmbar e gálbano, especiarias aromáticas com incenso puro de cada uma delas tomarás peso igual e disto farás incenso, um perfume segundo a arte do perfumista, bem dosado, puro e santo e uma parte dele reduzirás a pó e o porás diante do testemunho, na tenda da revelação onde eu virei a ti coisa santíssima vos será. Ora, o incenso que fareis conforme essa composição, não o fareis para vós mesmos santo vos será para o Senhor. O homem que fizer tal como este para o cheirar, será extirpado do seu povo. Êxodo Cap. 30; Vers. 34 – 38.
Mais um relato sobre Moisés e os perfumes sendo apresentado como o Óleo Sacerdotal para Unção.
“E farás um altar para queimar o incenso; de madeira de acácia o farás.” Êxodo Cap. 30; Vers. 1.
“Falou mais o Senhor a Moisés, dizendo: Tu, pois, toma para ti das principais especiarias, da mais pura mirra quinhentos siclos, e de canela aromática a metade, a saber, duzentos e cinqüenta siclos, e de cálamo aromático duzentos e cinqüenta siclos, E de cássia quinhentos siclos, segundo o siclo do santuário, e de azeite de oliveiras um him. E disto farás o azeite da santa unção, o perfume composto segundo a obra do perfumista: este será o azeite da santa unção. E com ele ungirás a tenda da congregação, e a arca do testemunho, E a mesa com todos os seus utensílios, e o candelabro com os seus utensílios, e o altar do incenso.” Êxodo Cap. 30; Vers. 22 – 27.
Existe uma poesia que apresenta várias metáforas entre o ser amado e os aromas mais exóticos.
“O meu amado é para mim como um ramalhete de mirra, posto entre os meus seios. Como um ramalhete de hena nas vinhas de En-Gedi é para mim o meu amado” Cantos de Salomão Cap. 1; Vers. 13 – 14.
“Eu sou o narciso de Saron, eu sou o lírio dos vales. Sim, como o lírio entre espinhos é, entre as jovens, a minha amada.” Cantos de Salomão Cap. 2; Vers. 1 – 2.
“Tuas plantas são um vergel de romãzeiras, vegetação toda selecionada: umbelas, canela e cinamomo, toda espécie de árvores de incenso, mirra e aloés, os melhores bálsamos. A fonte do jardim é como um manancial de água corrente que brota do Líbano.” Cantos de Salomão Cap. 4; Vers. 13 – 15.
“As suas faces são como um canteiro de bálsamo, os montões de ervas aromáticas; e os seus lábios são como lírios que gotejam mirra.” Cantos de Salomão Cap. 5; Vers. 13.
Bíblia: Novo Testamento
Com relação ao Novo Testamento existem alguns relatos também.
Existe o relato clássico quando da narração dos presentes dos 3 Reis Magos a Jesus, o Cristo.
“Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, adoraram-no; e abrindo os seus cofres, fizeram-lhe ofertas de ouro, incenso e mirra.” Mateus Cap. 2; Ver. 11.
Mas não só no nascimento de Jesus, o Cristo, encontram-se registros sobre perfumes, ao se preparar para a Ressurreição também encontra-se relato.
“Estando Jesus em Betânia, reclinado à mesa na casa de um homem conhecido como Simão, o leproso, aproximou-se dele certa mulher com um frasco de alabastro contendo um perfume muito caro, feito de nardo puro. Ela quebrou o frasco e derramou o perfume sobre a cabeça de Jesus. Alguns dos presentes começaram a dizer uns aos outros, indignados: Por que este desperdício de perfume? Ele poderia ser vendido por trezentos denários, e o dinheiro ser dado aos pobres. E eles a repreendiam severamente. Deixem-na em paz, disse Jesus. “Por que a estão perturbando? Ela praticou uma boa ação para comigo. Pois os pobres vocês sempre terão com vocês e poderão ajudá-los sempre que o desejarem. Mas a mim vocês nem sempre terão. Ela fez o que pôde. Derramou o perfume em meu corpo antecipadamente, preparando-o para o sepultamento. Eu asseguro que onde quer que o evangelho for anunciado, em todo o mundo, também o que ela fez será contado em sua memória.” Marcos Cap. 14; Vers. 3-9.
Semelhante episódio é citado em outro Evangelho.
“Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume.” João Cap. 12; Vers. 3
Também há referência quando da sua morte.
“Ele estava acompanhado de Nicodemos, aquele que antes tinha visitado Jesus à noite. Nicodemos levou cerca de trinta e quatro quilos de uma mistura de mirra e aloés.” João Cap. 19; Vers. 39.
Existe uma citação que metaforiza a mulher e os aromas mais sublimes.
“Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada. Os teus renovos são um pomar de romãs, com frutos excelentes, o cipreste com o nardo. O nardo, e o açafrão, o cálamo, e a canela, com toda a sorte de árvores de incenso, a mirra e aloés, com todas as principais especiarias.” Cânticos Cap.4; Vers. 12 – 4.